O clube dos times da Série A do Campeonato Brasileiro com patrocínio de casas de apostas ganhou mais uma adesão. O Flamengo é o nono entre as 20 equipes da divisão de elite do Brasileirão a fechar uma parceria com um site de jogos online aproveitando o ‘boom’ iniciado com a lei que regulamentou o setor no final do ano passado.

O acordo do rubro-negro não chegará ao uniforme da equipe. Limita-se ao ambiente digital. A parceria com a casa de apostas Sportsbet.io será restrita às plataformas de comunicação digital do clube com seus torcedores / seguidores. É um acordo similar ao que o Atlético-MG fechou com o site de jogos online 188Bet.

Segundo informações, o acordo envolve o pagamento de um valor fixo por parte da casa de apostas, que não teve seu montante revelado, e uma parcela variável de acordo com o número de clientes que o site de jogos online conquistar através das plataformas digitais do clube carioca.

Empresa patrocina time da Premier League

A Sporsbet.io é patrocinadora do Watford, time da Premier League, divisão principal do Campeonato Inglês. Além da presença nas mídias digitais do Flamengo, terá direito a expor sua marca em placas de publicidade no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube carioca, e um camarote exclusivo no Maracanã, que deverá ser utilizado para promoções da casa de apostas esportivas.

As casas de apostas no futebol Brasileiro

Série A

Time Casa de apostas Modalidade de patrocínio
Flamengo Sportsbet.io Parceria digital
Corinthians Majorsports Publicidade na camisa
Bahia Casa de apostas.com Publicidade na camisa
Botafogo Casa de apostas.com Publicidade na camisa
Santos Casa de apostas.com Publicidade na camisa
Cruzeiro Pari Mutuel Urbain Placas de publicidade no Mineirão
Fortaleza NetBet Publicidade na camisa
Vasco NetBet Publicidade na camisa
Atlético-MG 188Bet Parceria digital

Série B

Sport InfinitBet Publicidade na camisa
Vitória Netbet Publicidade na camisa

Série C

Santa Cruz InfinitBet Publicidade na camisa
Sampaio Corrêa Bets1 Publicidade na camisa (máster)

Aprovada pelo Congresso Nacional e promulgada pelo então presidente Michel Temer em outubro de 2018, a publicidade nos clubes de futebol foi o único efeito prático da legislação que autoriza a Secretaria da Fazenda a regulamentar o mercado de apostas esportivas no Brasil. Isso porque o órgão ainda não definiu as regras para concessão da licença para que os sites de jogos online atuem no país. Tem prazo de dois anos a partir do início da vigência da Lei. Porém, a própria lei estabelece a prorrogação de mais dois anos em caso de o organismo governamental não definir as regras nesse período.

Assim, é possível que a regulamentação seja postergada até outubro de 2022. Isso tem feito que as principais marcas do mercado ainda estejam atuando de maneira mais conservadora em sua atuação no Brasil. Empresas como Bet365, que é patrocinadora máster do Stoke, clube da Segunda Divisão da Inglaterra; Betfair, que tem parceria com o Barcelona; ou Betway, que renovou seu contrato com o West Ham, da Premier League, por mais seis anos, têm ficado em compasso de espera.

Mesmo as empresas que têm feito investimentos nos clubes do país têm agido de forma comedida. Apenas a Bets1 comprou o espaço principal na camisa de um time nacional, o chamado patrocino máster, porém, o investimento foi feito no Sampaio Corrêa, que está na Terceira Divisão. Embora os valores não tenham sido divulgados, a estimativa é de que o custo desse investimento não ultrapasse a casa de R$ 2 milhões, enquanto um investimento desse porte mesmo em time considerado de pequeno de investimento na Série A ficaria no patamar de R$ 9 milhões.

Mercado pode atingir faturamento de R$ 10 bilhões por ano

Uma das dificuldades para o investimento é a falta de dados oficiais sobre o tamanho do mercado brasileiro. De acordo com estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGB), estima-se que os sites de jogos online atualmente movimentam algo em torno de US$ 200 a U$$ 300 milhões (entre R$ 800 milhões e 1,2 bilhão) no país.

As projeções para o aumento dessa receita com a concessão da licença de atuação pelo Ministério da Fazenda e investimento em marketing indicam que o mercado pode passar a movimentar de R$ 6 bilhões a R$ 10 bilhões por ano.

Um indício claro do aumento de interesse nesse mercado foi a recente movimentação da Rede Globo de Televisão, que ao lado do grupo Tuner é detentora dos direitos de transmissão da Série A do Campeonato Brasileiro. Pela primeira vez a emissora convocou os clubes que tem sob contrato para incluir no acordo os direitos de transmissão das partidas para as plataformas de streaming de casas de apostas esportivas.