As propostas chegam através de e-mails, anúncios espalhados pelos sites na Internet, nas redes sociais e até mesmo por meio de telemarketing. Todas essas ferramentas são usadas largamente para tornar conhecidos e, principalmente, vender os cursos online destinados à formação de apostadores. A promessa de todos eles, em geral, é igual ou muito próxima da tese: ganhe dinheiro fazendo algo que gosta.

Essa fundamentação não é exclusividade do setor. É baseada em uma frase atribuída a Confúcio, um filósofo chinês que teria vivido aproximadamente 550 anos Antes de Cristo. “Faça o que gosta e não trabalhará” acabou virando um mantra de uma nova profissão: coaching, onde pessoas se propõem a ‘treinar’ outras para que tenham uma vida melhor.

Na prática, o ensinamento, que por muitos é visto como uma proposta enganosa, deseja levar o indivíduo a transformar seu hobby ou algo que lhe agrada fazer em algo capaz de render dinheiro. Assim, terá mais disposição para exercer a função. Para ser bem-sucedido, trabalho é fundamental em qualquer área.

Fãs do futebol viraram alvo prioritário

Seguindo essa linha de raciocínio, os fãs de futebol, que proliferam por todo o Brasil, viraram o alvo dos ‘treinadores de apostadores’. Afinal, gastam um bom tempo de suas vidas acompanhando os jogos, seguindo o noticiário de seus clubes e dos rivais, assistindo a debates esportivos na TV e tudo o mais. Assim, seria unir o útil ao agradável. De fato, isso faz sentido uma vez que ‘estudar’ futebol no caso dessas pessoas é uma diversão.

A experiência de outros pode ajudá-lo a alcançar sucesso mais rapidamente

Receber ajuda para acelerar esse processo de busca pelo conhecimento com cursos online acaba se tornando uma boa opção. O mercado de apostas esportivas vai muito além de dar palpites sobre se o jogo será ganho pelo time da casa, pelo visitante ou vai terminar empatado. Há uma série de possibilidades para apostas em mercados de gols, escanteios, cartões, palpites com handicap, entre outras. Isso exige conhecimento específico sobre estatísticas e estratégias a serem utilizadas para conseguir sucesso. Quem passou por essa experiência e estudou a respeito teria condições de transmitir o que aprendeu agilizando o processo de formação de outros profissionais do ramo.

Filosofia do tudo é de graça na Internet complica cenário

Nesse caso, abre-se um novo ramo de trabalho. A criação de professores de apostadores. Como os jogos de azar, a não ser as loterias do governo, são proibidos no país, não há uma regulamentação que permita estabelecer o que é necessário para alguém abraçar essa profissão. Logo, não existe uma forma de saber de os profissionais e seus respectivos cursos são legítimos ou compensadores.

Isso cria uma dúvida grande sobre a validade ou não se optar por esse caminho. Outro obstáculo apresentado é uma filosofia que se tornou predominante desde que rede mundial de computadores começou a ser apresentada como uma ferramenta indispensável. Trata-se da cultura de que na Internet tudo deve ser grátis.

Foi esse pensamento um dos responsáveis pelo estouro da ‘bolha’ da Internet com a falência de uma série de empresas que investiram pesado em prestar serviços através da rede mundial de computadores fornecendo informações de forma gratuita e esperando a compensação através da venda de publicidade. Isso não funcionou como o esperado.

Conhecimento vale dinheiro

Para essa relação funcionar é preciso que a conta feche. Quem produz conhecimento precisa receber uma compensação por transmitir seus ensinamentos. Afinal, investiu tempo e dinheiro para ter base suficiente a respeito do assunto e poder desenvolver estratégias para facilitar a vida de outros. Isso teve um custo e faz com que os profissionais do ensino – entre eles pode ser incluído o professor de apostas – cobrem por seus serviços.

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Essa remuneração pode vir de várias formas. Na Internet, através da venda de publicidade nos sites e plataformas de vídeo onde os cursos são postados; a partir de parceria de casas de apostas onde se obtém um percentual sobre os serviços vendidos; e também cobrando dos aprendizes um determinado valor para que possam ter acesso aos ensinamentos do curso online.

Falta de compreensão acaba criando promessas falsas

É nesse último item que mora o perigo. Não há um entendimento de boa parte das pessoas de que conhecimento vale dinheiro. Para que invistam em um curso querem ter a certeza de retorno financeiro. No caso das apostas, desejam ter a garantia de que vão ganhar dinheiro com isso. Algo que é impossível, mas não impede que muitos vendedores de cursos online façam a promessa e até estabeleçam um valor mensal de faturamento para chamar atenção sobre os rendimentos que podem ser obtidos.

Quem promete o que não pode cumprir não é merecedor de confiança!

Esse é um aspecto importante para descartar essas opções. Elas são baseadas em mentiras na hora da venda. O que garante, então, que as informações fornecidas nos cursos são verdadeiras? Nesse ramo, como não há qualquer certificação oferecida, credibilidade é tudo. Assim, quem mostra não ser confiável na venda do curso dificilmente conseguirá conquistar os corações, mentes e bolsos dos apostadores.

Preconceito também entra nesse caminho

Não é o único obstáculo apresentado para a contratação de cursos online para apostadores. Outro problema por muitos colocados como empecilho no pagamento pelos treinamentos é o famoso ditado “quem sabe faz, quem não sabe ensina”. Muito popular nas escolas e proferido por alunos que não gostam de seus professores, ele parte de uma premissa falsa: a de que todos que sabem fazer são capazes de ensinar e de que só se dedica ao ensino quem não consegue realizar o que se propôs a explicar.

Uma pessoa pode ter conhecimentos profundos sobre administração, pesquisar e desenvolver teorias empresariais sem nunca gerido uma firma. Por outro lado, empresários bem-sucedidos podem ser completamente incapazes de teorizar sobre seu sucesso e passar esses conhecimentos para outras pessoas.

Assim, um professor de apostas não precisa necessariamente ter se tornado um milionário com investimentos no setor para ser qualificado para dar dicas de como avançar nesse mercado a terceiros.

Pagar ou não pagar, eis a questão

No final das contas, o que o interessado a aprender mais sobre apostas precisa decidir é se deve ou não pagar para ter acesso aos cursos. Nesse caso, a resposta pode ser sim e não ao mesmo tempo.

Quem deseja ser introduzido a técnicas básicas no mercado de apostas não tem a necessidade de pagar por esses conhecimentos. Ele é fornecido por uma série de sites, entre eles o sites-de-apostas, sem qualquer curso. São empresas que conseguem financiar o oferecimento de seus serviços a partir de outras receitas.

Porém, ao buscar avançar nessa direção, talvez seja necessário fazer algum investimento para tornar-se especialista em algum tipo de aposta cujo conhecimento não é tão popular ou a operação é um pouco mais complexa. Isso acontece, especialmente, em casas onde não se aposta no evento, mas que funcionam como uma espécie de bolsa de valores, onde os usuários devem antecipar a reação dos outros apostadores para que ganhem dinheiro.

Em qualquer um dos cenários, há a necessidade de fazer uma seleção criteriosa das fontes de informação. Afinal, até mesmo em cursos que podem ser oferecidos gratuitamente há um custo gerado pelo investimento do tempo. Logo, é preciso ver se quem está se propondo a transmitir conhecimento tem as ferramentas necessárias para prestar esse serviço.