A Copa Libertadores 2020 foi a primeira grande competição da América do Sul a ser afetada pela pandemia do coronavírus. Porém, acabou disparando um ‘efeito dominó’ que causou uma série de outros adiamentos ou medidas mais leves de disseminação do vírus.

Segundo informações de bastidores sobre a tomada de decisão feita pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), a ideia inicial era começar com uma atitude mais suave. Ou seja, inicialmente o desejo era pura e simplesmente proibir a presença de público na terceira rodada do torneio, que aconteceria entre os dias 17 e 19 de março.

Paraguai e Equador se anteciparam em medida preventiva

Os clubes foram consultados durante a realização da segunda jornada, entre os dias 10 e 12 de março. Houve concordância das equipes de todo continente. Em alguns países, como Paraguai e Equador, cujo número de casos de contaminação vinha em trajetória de crescimento mais intenso, tão restrição já havia, inclusive, sido adotada anteriormente.

No entanto, clubes brasileiros mostraram sua insatisfação com a possibilidade de ficar sem o dinheiro proporcionado pelas arrecadações. Sem ter encontrado uma solução capaz de criar um consenso, a Conmebol passou para uma solução radical. Quando faltavam três jogos para conclusão da segunda jornada, anunciou a decisão de adiar toda a terceira rodada.

Apostadores recebem de volta dinheiro de jogos adiados, mas capital fica preso por algum tempo

Esse processo acabou evitando o que aconteceu em muitas oportunidades nos torneios europeus, que os encontros eram mantidos e depois cancelados em cima da hora. Dessa maneira jogos adiados em Sportingbet e jogos adiados em Bet365 acabavam causando problemas para os apostadores.

Não houve, naturalmente, qualquer perda do dinheiro. Essas e outras casas de apostas, em caso de adiamento, de acordo com seus termos e condições, devolvem integralmente o valor investido nos bilhetes. Porém, enquanto a definição não é tomada, o dinheiro fica ‘preso’ no cupom de apostas evitando que o capital fosse utilizado em outras possibilidades de palpites.

A jornada de número quatro, estabelecida entre os dias 7 e 9 de abril, e as jornadas posteriores, foram mantidas. A quinta rodada está prevista entre os dias 21 e 23 de abril e a sexta jornada entre os dias 5 e 7 de maio. No entanto, não há nada que indique que a programação será cumprida.

Torneios sul-americanos e estaduais mantém jogos ativos no fim de semana

Tão logo a determinação da entidade foi anunciada, praticamente todas as demais federações tomaram atitudes em relação aos seus torneios. Venezuela, Colômbia e Peru suspenderam as jornadas de final de semana de seus campeonatos. Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Equador restringiram a presença de público em seus estádios.

O Brasil, mais uma vez, ficou na contramão. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) rechaçou tomar qualquer medida por sua conta em relação aos jogos no país. As federações estaduais, no entanto, acabaram assumindo a responsabilidades. Jogos no Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná terão restrição total ou parcial à presença de público. A princípio, a Copa do Brasil não será afetada. Mas como a rodada começa apenas na terça-feira, 17 de março, é possível que tudo mude até lá.

Confira os prognósticos para as partidas que ainda estão de pé

Copa América 2020 deve ser ‘próxima vítima’ do ‘efeito dominó’

A Copa Sul-Americana não sofreu qualquer mudança em sua programação. Até porque, o torneio não tem como recomeçar enquanto a primeira fase da Copa Libertadores da América não foi concluída. Afinal das contas, os terceiros colocados de todos os grupos são remanejados para o torneio.

Como os jogos para as eliminatórias para Copa do Mundo do Catar de 2022 que seriam disputados no final de março abrindo a disputa foram adiados, a questão agora é se a competição adiada após a Copa Libertadores será a Copa América 2020.

É bastante provável que isso aconteça. O torneio teve agendada uma nova edição para este ano depois de ser disputada em 2019 para que seu calendário fosse ajustado com o da Euro, cuja versão 2020 muito provavelmente será adiada. Assim, não há qualquer justificativa para justifique sua manutenção especialmente diante da pandemia do coronavírus.