Os apostadores nacionais sofreram um duro baque no final do mês de fevereiro. Duas das mais populares carteiras eletrônicas que figuravam entre os métodos favoritos de envio de fundos para as casas de apostas e também para saques pararam de realizar a intermediação desse tipo de transação entre pessoas que moram no Brasil e os sites de jogos online.

Skrill e Neteller interromperam a prestação do serviço para atender a novas regras estabelecidas pelos órgãos responsáveis por normatizar e fiscalizar as instituições financeiras sediadas na Grã-Bretanha. As duas empresas seguem atendendo usuários brasileiros, mas já não podem receber ou enviar dinheiro para casas de apostas.

Custo e velocidade ajudaram a difundir e-wallets

Os bancos eletrônicos sempre foram a primeira opção para os apostadores que desejavam evitar a burocracia na hora das transações com as casas de apostas. O envio de fundos era concretizado em poucos segundos. O saque poderia demorar um pouco mais, pois precisava respeitar os processos de retirada estabelecidos pelos sites de jogos online, mas também não requeria muito esforços.

O custo também era um fator que influenciava na decisão de usar esse serviço. Praticamente todas as transações de saque e envio de fundos era livre de taxas. O apostador só tinha que pagar quando decidia transferir dinheiro das carteiras eletrônicas (e-wallets, em inglês) para a conta em seu banco físico. Assim, transformava o dinheiro virtual em moeda real.

Marcas alternativas esbarram em obstáculos

A regra não atinge todas as carteiras eletrônicas. Aquelas que não são sediadas na Inglaterra podem seguir atuando como intermediadoras de transações entre brasileiros e casas de apostas. No entanto, essa tentativa de ocupar o espaço deixado por Neteller e Skrill esbarra em dois problemas.

O primeiro e mais importante é a falta de acordos com as casas de apostas. Os sites de jogos online oferecem poucas opções diferenciadas nesse setor. Há motivos para isso. Muitas dessas empresas são novas ou atuam a partir de países sem grande tradição no mercado financeiro. Isso, sem dúvida, gera preocupação em relação à credibilidade das companhias. Use apenas serviços de empresas com credibilidade!

Mas não é só isso. Raramente elas possuem um sistema global de operações que permita o envio de fundos direto para a conta dos apostadores em bancos locais. Por isso, acabam promovendo uma quádrupla taxação para a mesma operação no caso de saque. Quando um usuário deseja, por exemplo, mandar o dinheiro de sua carteira eletrônica para o banco, a empresa cobra determinado valor para a realização da transferência. Além disso, há perda na hora da conversão da moeda para o real. Por fim, existe também a tarifa cobrada pelo banco que recebe o dinheiro. Sem falar no imposto sobre transações financeiras. Logo, esse ‘plano B’ acaba não sendo muito interessante.

Bancos tradicionais ocupam espaço deixado pelos modernos

No final das contas, quem acaba ocupando o espaço deixado pelos bancos eletrônicos são as empresas tradicionais do setor. As principais casas de apostas que atuam no Brasil possuem acordos com a Astropay, empresa que permite saques e depósitos a partir de contas nos principais bancos que atuam no país. Nessa lista estão Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Santander e Banco Itaú, entre outros. Sistemas de apostas ajudam a gerenciar investimento em palpites!

O lado extremamente positivo dessas transferências, que podem ser realizadas com a ferramenta do Internet Banking e até mesmo usando aplicativos para dispositivos móveis, é o custo zero. O pequeno efeito colateral é a demora um pouco maior que aquela registrada em transferências por carteiras eletrônicas. A transferência de fundos pode levar de 15 minutos até três horas para ser concretizada. Não é, todavia, algo que possa ser considerado grande problema.

Transferências por cartão de crédito são mais rápidas

No entanto, quem deseja maior rapidez sempre pode recorrer a saques e pagamentos feitos através de cartões de crédito. As operações são realizadas mais rapidamente na comparação com as transferências usando os bancos tradicionais. No entanto, oferecem outros –e mais graves – efeitos colaterais.

O primeiro deles é a legislação. As principais marcas de cartão de crédito não atuam diretamente com casas de apostas. Para contornar esse problema, os sites de jogos online contratam outras instituições financeiras para servir de intermediárias.

Isso nem afeta tanto na hora da concretização das transferências, uma vez que essas empresas possuem sistemas automatizados e confiáveis, mas provocam o segundo problema, que é o aumento do custo das transações. Afinal, são mais companhias que precisam ser remuneradas pelos serviços prestados. Isso faz com que taxas sejam cobradas na hora tanto de saques quanto do envio de fundos para as contas.

Boleto ainda segue como meio preferido

Talvez por isso o envio de recursos através de boleto bancário siga sendo o preferido pelos apostadores nacionais. Especialmente depois que as casas de apostas se adaptaram a esse método e solucionavam o maior problema que ele oferecia: a demora na conclusão da transação.

O principal motivo pelo qual os apostadores optavam pelo boleto era a segurança. Usando essa ferramenta, não precisam informar seus dados bancários ou número de cartão de crédito aos sites de jogos online. Geram o boleto no próximo sistema da casa de apostas e fazem o pagamento recorrendo via Internet Banking ou mesmo em agências físicas e lotéricas, entre outros postos de recebimento.

De quebra, ainda têm o benefício da tarifa zero, que é a política aplicada por todas as principais casas de apostas para esse tipo de serviço. No entanto, como o pagamento é feito pelo banco emissor do boleto, até que a informação seja repassada ao site de jogos online, poderia ser necessário esperar entre um e três dias úteis para o dinheiro aparecer na conta.

Esse caminho ganhou um atalho em muitos sites de jogos online. Através da ferramenta de antecipação de depósito, elas liberam os fundos assim que os clientes enviam uma imagem com o comprovante de pagamento. Dessa maneira, dispensam a necessidade da comunicação oficial do banco. Isso pode ser feito em questão de minutos.

Cartões pré-pagos têm mesma funcionalidade

Para evitar o fornecimento de dados bancários ou de cartão para as casas de apostas, outra opção são os cartões pré-pagos. Empresas como Astropay e Ecopayz oferecem a possibilidade de comprar créditos. Ao fazer o pagamento do valor determinado, emitem um cartão com código. Esse número deve ser inserido no sistema dos sites de jogos online e imediatamente o crédito é feito em conta.

Embora essa última parte da transação seja instantânea, o processo como um todo acaba sendo mais demorado. Isso porque há necessidade de efetuar o pagamento às empresas que fornecem os cartões virtuais. Isso pode ser feito através de cartão de crédito, o que permite a conclusão em poucos minutos, ou mesmo com boleto. Nesse caso leva, no mínimo, um dia útil. Também envolve o pagamento de tarifa para a emissão do cartão.

Boletos e cartões virtuais só servem para depósito

Tanto a utilização de boletos quanto o uso de cartões virtuais apresentam um problema comum. Essas opções só servem para depósito. As casas de apostas não efetuam o envio de fundos dessa maneira. Assim, os clientes dos sites de jogos online que utilizam esses métodos precisam escolher outra forma para embolsar os lucros alcançados. Transferências bancárias podem envolver pagamento de 4 taxas

Isso pode ser feito através de cartão de crédito, se a operação estiver disponível, o que envolve ver o valor diminuído em 2 a 4% devido à tarifa aplicada sobre o total da transação, ou então da transferência bancária tradicional, que acarreta pagamento de taxas na hora do envio e do recebimento.

Criptomoedas crescem no mercado

Nesse cenário de restrições, as criptomoedas vêm ganhando mais espaço no mercado de apostas. A grande estrela é o Bitcoin, que vem passando a fazer parte dos métodos para envio de recursos e saques de um número cada vez maior de casas de apostas. Essa transação oferece um pacote completo em relação à velocidade, baixo custo operacional e manutenção do sigilo de informações bancárias dos usuários dos sites de jogos online. Além disso, não envolve taxas nem para saque nem para depósito. As tarifas só são cobradas na hora da conversão dessa moeda virtual para o dinheiro real.

O único aspecto que pode ser questionável nessa transação é a alta volatilidade dos valores das criptomoedas. Os preços oscilam de forma intensa e rápida de acordo com as ofertas de compra e venda. No entanto, isso não é necessariamente negativo. Se houver o aumento do preço da moeda em questão, isso servirá para aumentar os lucros auferidos com as operações junto à casa de apostas.