Critério de Kelly permite análise individualizada para apostas

O Sistema de Kelly ou o Critério de Kelly, em uma tradução mais próxima do inglês Kelly Criterion, é provavelmente a mais antiga e conhecida tentativa de usar uma fórmula matemática visando aumentar os lucros e reduzir as perdas em médio e longo prazos através de uma padronização da maneira de determinar quanto arriscar aliado a uma avaliação baseada nos conhecimentos sobre as modalidades escolhidas para apostar.

O Kelly Criterion foi idealizado pelo físico norte-americano John Larry Kelly Junior. Funcionário da Bell Telephone Laboratories, ou Bell Labs, que era o braço de pesquisa da gigante da telefonia AT&T, ele desenvolveu para a companhia um algoritmo visando maximizar ganhos em investimentos financeiros.

Sistema foi revelado por revista científica

Em 1956, baseado em um trabalho de Claude Shannon, matemático norte-americano conhecido como o pai da teoria da informação, Kelly escreveu um artigo para uma revista científica com o título de “A new interpretation of the Information Rate” (“Uma nova interpretação para as cotas de apostas”). Nesse texto, autorizado pela AT&T, o físico colocou suas fórmulas a serviço dos apostadores. O trabalho completo do físico, que morreu em 1965 com apenas 42 anos, pode ser lido, em inglês, aqui: https://www.princeton.edu/~wbialek/rome/refs/kelly_56.pdf.

O ponto básico do Sistema de Kelly é compreender a gestão das apostas realizada pelos bookmakers. Isso fará com que o apostador consiga maximizar os lucros e minimizar as perdas. O primeiro passo a ser dado para começar a utilizar o método delineado pelo físico norte-americano é estabelecer o que ele apelidou de bankroll. Em bom português, é a verba destinada exclusivamente para apostar.

Desnecessário dizer que esse valor não pode ser retirado de necessidades básicas cotidianas como alimentação, pagamento do aluguel ou outros compromissos essenciais. Deve ser um dinheiro extra, considerado um investimento, que não fará falta se for perdido ou não tiver liquidez durante um período que pode ser longo. Isso faz parte da política de jogo responsável, não necessariamente do sistema de aposta.

Fundamento do método é determinar o valor de cada aposta

Concluído esse estágio, que não tem maiores complicações, entra-se realmente no Sistema de Kelly. É o passo dois, onde será preciso estabelecer a porcentagem do bankroll a ser utilizada em cada aposta a ser realizada.

Esse passo é o grande diferencial entre o método desenvolvido por Kelly e muitos outros sistemas de apostas. Enquanto a grande maioria estabelece um valor fixo ou então de antemão já divide os valores em um número X de apostas a partir da verba que se tem para jogar, no Critério de Kelly, o estudo do valor a ser arriscado em cada bilhete é feito caso a caso. Toda aposta é individualizada.

Aplicação prática da fórmula do físico norte-americano

Peguemos então um exemplo de um jogo fictício para aplicarmos o Sistema de Kelly. Escolhamos um clássico entre Palmeiras x São Paulo com as seguintes cotações: o mandante 2,30, o visitante 2,90 e empate 3,40.

Três são as variáveis que devem ser determinadas a partir do Sistema de Kelly:

  1. O valor a ser arriscado – isso vai ser definido a partir do bankroll (a verba) disponível
  2. A cotação- a melhor que encontrarmos nas casas de apostas de acordo com o palpite que tivermos
  3. Probabilidade do resultado se tornar realidade – a probabilidade do palpite se concretizar baseado em análise do apostador e/ou em dados estatísticos

A fórmula básica é: [(cotação) x (probabilidade/100)] – 1 /(cotação-1) x 100. O resultado determinará qual valor deverá ser apostado a partir da verba que separada para essa finalidade.

Aplicando os dados acima à fórmula e escolhendo apostar, por exemplo, no São Paulo como vencedor do confronto com uma possibilidade de vitória estimada em 50%.

Então, os números ficariam assim:
[2,90 (cotação do visitante) x 50/100] -1, o que daria 0,45 dividido por 1,90, resultando em 0,24 (usando apenas duas casas decimais). Multiplicado por 100, isso resultaria em 24.

Ou seja, 24% do bankroll deveria ser usado nessa aposta. Caso a verba fosse de R$ 100, R$ 24 deveriam ser aplicados nesse palpite.

Valores negativos levam à desistência da aposta

Porém, alguns cuidados devem ser tomados. Imagine, por exemplo, que se em sua avaliação o São Paulo tivesse 30% de chances de vencer a partida. A fórmula resultaria em um resultado negativo em sua linha superior. E quando isso acontece, o Sistema de Kelly é claro. Nunca deve ser realizada uma aposta em que o resultado é negativo.

O método do físico norte-americano abre espaço também para ser conservador em relação às apostas. São as variações Kelly 1/2 e Kelly 1/4. Nelas, toma-se o resultado final obtido para ser apostado e divide-se por dois ou por quatro e arrisca-se esse valor, correndo-se um risco menor.

Assim como qualquer outra metodologia, o Critério de Kelly não apresenta qualquer garantia de ganhos. Apenas aponta uma forma de sistematizar as apostas e aumentar as probabilidades dos apostadores ajudando-os com uma fórmula matemática a ser usada contra casas que utilizam algoritmos sofisticados para definir suas cotações.

Para conseguir algum sucesso é preciso utilizá-lo com constância e, naturalmente, ter conhecimento sobre os esportes onde as apostas são realizadas uma vez que a avaliação de probabilidades feitas pelo jogador é um dos componentes essenciais na hora da determinação do valor a ser arriscado.

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