• Theo Hernández e Muani marcaram os gols da França
  • Marrocos jogou melhor boa parte do confronto
  • França encara a Argentina no duelo pelo tricampeonato

Acabou o sonho africano de disputar pela primeira vez uma final de Copa do Mundo. Mas pelo lado francês, o sonho continua mais vivo do que nunca. Em um jogo até certo ponto surpreendente, pelo domínio marroquino, a França fez valer a sua experiência em grandes confrontos e, mesmo sofrendo em boa parte do jogo, venceu o Marrocos por 2 a 0, na tarde desta quarta-feira, no Estádio Al Bayt. A partida era válida pela semifinal do Mundial do Catar.

E, embora tenha muito com que se orgulhar, os marroquinos ficaram com a impressão de que poderiam mais durante toda a partida. Nem mesmo o gol de Theo Hernández aos quatro minutos de jogo assustaram a sensação da Copa. Walid Regragui teve que mudar a estratégia e, depois de cinco jogos, a melhor defesa do torneio teve de colocar a bola nos pés e partir para cima da atual campeã do mundo. Mas, já na parte final do jogo, Kolo Muani fez o gol que decretou o fim do sonho marroquino.

Com a vitória, os franceses chegaram a sua segunda final seguida, a quarta de sua história. A geração de Mbappé, Griezmann & Cia, que já tinha vencido a Copa de 2018, enfrenta a Argentina no próximo domingo, às 12h (Brasília), no Estádio Lusail, em Doha. O vencedor deste duelo sairá do Catar com o tricampeonato. Para a França, a proeza poderá ser ainda maior: a equipe luta pelo bicampeonato seguido. Em caso de título, igualará o feito da Itália (1934 e 1938), e do Brasil (1958 e 1962). Para o Marrocos, ficou a disputa pelo terceiro lugar, contra a Croácia, no próximo sábado.

Gol rápido e mudança de planos

O primeiro tempo começou a todo vapor. A França não queria entrar na mesma armadilha de Espanha e Portugal, que esperaram demais para atacar. Os campeões mundiais não demoraram nem cinco minutos e foram como uma avalanche para cima dos africanos. Então, Griezmann recebeu entre a melhor defesa da Copa, tocou para trás. Mbappé se enrolou na hora da definição, mas a bola sobrou para Theo Hernández, que de voleio estufou a rede de Bono. Era o primeiro gol da partida.

Mas para quem pensou que Marrocos iria se inibir, enganou-se. Minutos depois de levar o gol, a equipe comandada por Walid Regragui se ajustou e criou o primeiro lance de perigo, após um chute colocado por Ounahi. Lloris fez boa defesa. Logo depois, Zyiech recebeu pela direita, mas chutou mal. Perdeu boa chance. O jogo, então, passou a ficar mais aberto. No lance seguinte, Giroud recebeu longo lançamento, chegou na frente de Saiss. De frente para Bono, soltou a bomba na trave.

O Marrocos passou, então, a jogar a parte final da etapa em cima da França. Mostrando organização e repertório, já que ainda não tinham mostrado esta estratégia. Mas os africanos tiveram que segurar as escapadas de Mbappé. Em uma delas, Giroud acabou dando uma de zagueiro e atrapalhou o chute de Tchouaméni. Minutos depois, Hernández puxou outro contra-ataque. Desta vez, Mbappé recebeu de frente para Bono, mas chutou fraco.

Antes de terminar o primeiro tempo, o Marrocos mostrou que sabe jogar também com a bola nos pés. Zyiech fez boa jogada com Hakimi. O lateral conseguiu escanteio. Na cobrança, a bola sobrou para El Yamiq, que de bicicleta mandou para o milagre de Lloris.

Mesmo pressionada, França marca o segundo

O Marrocos começou o segundo tempo com a mesma estratégia do final do primeiro. Tocando a bola e explorando as costas de Mbappé. Assim, poderia jogar com seus principais jogadores, Hakimi e Zyiech. Da mesma forma que ocorreu na primeira etapa, o camisa 10 da França seguia dando trabalho. Mas até que valia o risco naquele momento. Foram pelo menos dois lances de perigo, que Varane afastou. Por pouco En-Nesyri não finalizou na pequena área.

A França resistiu aos marroquinos, quando até mesmo Griezmann estava em seu campo defensivo afastando cruzamentos. Com mais posse de bola e passes trocados, o Marrocos mostrou como nunca antes que sabe jogar, pressionar e tramar jogadas. Embora estivesse sendo pressionada, sempre que escapava, a França levava perigo. Ou em uma bola parada ou chegando perto da área a ponto de finalizar.

O tempo foi passando e os marroquinos não conseguiam mais segurar a pressão que vinham colocando nos franceses. Por conta disso, os espaços nas costas da equipe africana foram ficando cada vez maiores. Thuram, que entrou no lugar de Giroud, passou a jogar na ponta, enquanto Mbappé foi para mais perto da área. E foi exatamente essa dupla que tirou a França do sufoco. Depois de Thuram tocar para Mbappé, o atacante entrou na área e chutou. A bola sobrou para Kolo Muani, que em seu primeiro toque na bola, fez o segundo gol da França.

O Marrocos ainda seguiu pressionando e perdeu uma boa chance de diminuir a contagem na pequena área, mas foi só. Final de jogo e França na final da Copa do Mundo pela segunda vez seguida.