• Ataque arrasador do time de Tite não deu chances
  • Com ímpeto, Brasil poderia ter feito mais gols
  • Seleção encara a Croácia por uma vaga na semifinal

O Brasil não deu chances para a Coreia do Sul e, finalmente, fez a sua estreia na Copa do Mundo do Catar. Sem aquele futebol burocrático do início da competição, a Seleção Brasileira deu um verdadeiro baile nos coreanos. E para colocar uma pitada de “brasilidade” nesta atuação, foi um baile, ou melhor, um desfile de Carnaval. Troca de passes rápidos, dribles, organização defensiva, boas defesas de Alisson, assistência de zagueiro, batida de pênalti com categoria. Se, de alguma forma, esses quesitos valessem pontos, seriam dez. Nota dez.

O placar de 4 a 1 nem refletiu o que as quase 45 mil pessoas que estiveram presentes no Estádio 974 viram durante os 90 minutos. O ímpeto mostrado no confronto e as chances criadas deram a impressão de que dava para ver mais gols. Vinicius Jr., Neymar, de pênalti, Richarlison e Paquetá marcaram os gols brasileiro na partida de ontem. No segundo tempo, Paik Seung-Ho descontou para a valente seleção da Coreia do Sul.

A vitória colocou o Brasil novamente nas quartas de final da Copa do Mundo. Assim como em 2018, a Seleção Brasileira agora joga por uma vaga nas semifinais. E o adversário saiu também nesta segunda-feira: a Croácia, atual vice-campeã do mundo. A equipe de Modric & Cia venceu o Japão, por 3 a 1, nos pênaltis, depois de empatar em 1 a 1 no tempo normal e em 0 a 0 na prorrogação. O duelo está marcado para a próxima sexta-feira ao meio-dia (Brasília).

Início arrasador

O primeiro tempo começou arrasador para a Seleção Brasileira. Com uma pressão e toques rápidos, parecia que aquele peso da primeira fase havia passado de vez. Embora nos primeiros quatro minutos a equipe não tenha criado chances, os jogadores não deixavam os coreanos respirarem. Foi então que, aos seis minutos, logo na primeira chance, Raphinha tabelou com Paquetá. O jogador do Barcelona cruzou para trás. Marcados, Richarlison e Neymar deixaram a bola passar. Ela sobrou para Vini Jr., que com categoria abriu o placar.

Sem desligar, a pressão continuou firme em cima dos coreanos, que nada conseguiam fazer. Portanto, não tinha como dar em outra coisa a não ser em gol. E o segundo saiu, de pênalti, com Neymar. Richarlison aproveitou a bobeira do zagueiro, que não viu a sua chegada. Ao tentar chutar a bola, o defensor encontrou o camisa 9 do Brasil. A arbitragem marcou. Neymar foi para a cobrança e ampliou o marcador. Este gol colocou o atacante no seleto grupo de jogadores brasileiros que marcaram em três Copas diferentes. Pelé, Ronaldo e agora Neymar.

Mais show do Brasil

Com menos de 15 minutos de jogo, então, a Coreia se viu com dois gols de desvantagem e precisava sair. Hwang Hee-Chan, o jogador mais perigoso da equipe asiática, tentou por três vezes. Na primeira, Alisson fez uma linda defesa. Minutos depois, mandou da intermediária, a bola foi por cima. Posteriormente, Alisson fez mais uma defesa em um chute do camisa 11 coreano. Bem arrumado e organizado, a Coreia do Sul de Paulo Bento tentava criar e diminuir o prejuízo. Mas não foi o que aconteceu.

O Brasil chegou ao terceiro com Richarlison. Marquinho brigou pelo alto e tocou Richarlison. O Pombo tocou para o capitão Thiago Silva na entrada da área. O defensor, então, tocou de primeira para o camisa 9, que na frente de Seung-Gyu, chutou no canto direito do arqueiro. Era o terceiro gol do Brasil antes dos 30 minutos. Mesmo desacelerando, os brasileiros sabiam exatamente o momento certo de partir com tudo para o ataque. Foi uma atuação cirúrgica. Um espetáculo.

Então, antes mesmo de terminar o primeiro tempo, teve mais um. Contra-ataque rápido brasileiro. A bola foi de pé em pé, entre Richarlison, Neymar e Vini Jr. Assim, este cruzou na medida para Paquetá transformar a partida em goleada e, praticamente, sacramentar a vaga nas quartas de final da Copa. O time de Tite ainda perdeu gols com Raphinha, que chegou atrasado em um cruzamento de Vini Jr., e com Richarlison, que parou nos pés de Seung-Gyu. Neymar reclamou do Pombo, uma vez que o camisa 10 esperava o passe na área neste lance.

Segundo tempo mais tranquilo

A primeira chance do segundo tempo foi da Coreia do Sul, com a sua estrela, Son. O craque do Tottenham, da Inglaterra, chegou livre pelo lado esquerdo. Alisson saiu e conseguiu defender o chute colocado. Mais uma ótima defesa do goleiro brasileiro. Afinal, essa era a terceira intervenção na partida do arqueiro, o que mostrou que o Brasil foi praticamente perfeito em todos os setores.

Foi então que Raphinha começou a entrar no jogo. Se no primeiro tempo ele foi uma boa opção de criação, na segunda etapa, entrou mais na área e perdeu gols. Os próprios companheiros passaram a procurá-lo, pois dava a impressão de que o fato de ainda não ter marcado na competição, estava incomodando. Mas ao invés de marcar, o atacante fez Seung-Gyu se consagrar em, pelo menos, dois lances. Mas, como um todo, foi um dos melhores em campo da Seleção Brasileira.

O Brasil diminuiu bastante o ritmo. Assim, foi um prato cheio para um time organizado e veloz como a Coreia do Sul. Foram criadas algumas chances, mas sempre com Alisson fazendo boas intervenções. Isto é, quando chegava nele, o que era algo que foi difícil de acontecer. Com a bola nos pés, a Coreia do Sul conseguia levar perigo e fazia boas transições. Mas não foi desta forma que eles diminuíram o placar. Foi após uma falta cobrada pelo lado direito da área brasileira. A bola sobrou para Paik Seung-Ho, que da entrada da área, soltou a bomba sem chances para Alisson.

Por fim, a Seleção Brasileira adotou a estratégia de reter a bola no ataque e não correr mais risco na partida. Então, foi só esperar o apito final do árbitro e comemorar a passagem para mais uma fase de quartas de final da Copa do Mundo.