Jogadores Suspensos e Lesionados | Campeonato Argentino (Liga Profissional)

O Campeonato Argentino certamente figura em qualquer lista de torneios mais confusos do mundo. Tem passado por uma série de mudanças ao longo dos anos. Muitas delas foram motivadas por questões políticas. Duas das mais importantes aconteceram em relação ao número de participantes e ao próprio calendário, que deixou de ser anual para seguir o modelo europeu com a temporada sendo dividida em dois anos. Se você também fica sem entender direito, saiba que não está sozinho: de Buenos Aires à Patagonia, tem muita gente que não entendeu até hoje.

O torneio, que a partir da temporada 2017/2018 ganhou o nome de Superliga Argentina para dar um ar de maior profissionalismo, algo que não existe na prática, chegou a ter 30 disputantes. Está em processo de transição para a redução desse número. Porém, até chegar no número considerado ideal, sequer há a possibilidade de promover uma disputa em sistema de ida e volta. Por falta de datas, a disputa acontece em turno único.

Lesionados e Suspensos da Liga Profissional 2024

O campeonato Argentino tem suas particularidades

Isso porque o calendário argentino inclui o Tradicional Torneio de Verão, a Supercopa, a Copa da Argentina e, de quebra, tem a participação dos clubes nos torneios continentais como Copa Libertadores da América e Copa Sul-Americana. Ou seja: é muito jogo para pouca data. Isso faz com que muitas rodadas tenham partidas canceladas que ficam aguardando um momento em que os times abram espaço no calendário para se enfrentar.

Não é o único efeito colateral. Com partidas realizadas seguidamente sem o tempo suficiente para que os jogadores se recuperem fisicamente, o número de lesionados acompanha esse ritmo.

Há ainda outro fator responsável pela ampliação da quantidade de jogadores machucados. O estilo argentino de disputar cada jogada mesmo que isso exija certa rispidez também colabora para ampliar o problema. Isso além, naturalmente de muitos cartões amarelos e vermelhos deixando uma série de atletas pendurados e suspensos a cada rodada.

Outra ação desse cenário é provocar uma grande oscilação no rendimento dos times. Talvez por isso não haja uma hegemonia de conquistas desde o período entre 1999 e 2004, quando o River Plate ganhou quatro das cinco edições da competição, que naquela época era disputada de acordo com o calendário europeu, passou para a temporada em um ano só e, depois de três disputas nesse modelo, voltou para o sistema antigo.

As muitas mudanças no regulamento e calendário não são os únicos motivos que trazem confusão ao torneio. O sistema de rebaixamento feito para beneficiar os times grandes também colabora para isso. Para evitar que equipes tradicionais e poderosas como Boca Juniors, River Plate, San Lorenzo, Independente, Racing e outros que estão entre os gigantes da Argentina caíssem, a Federação implantou uma fórmula em que o rebaixamento é definido pelo conjunto das últimas temporadas.

Assim, se um dos grandes não tiver um ano bom, pode usar a ‘poupança’ dos anos anteriores para permanecer na divisão de elite. Privilégio que não têm as equipes de menor investimento que garantem uma vaga na Primeira Divisão do Campeonato Argentino. Quando fazem sua primeira temporada na Superliga não possuem lastro dos anos anteriores. Dessa forma, se ficarem nos últimos lugares, são rebaixadas sem dó nem piedade.

Assim como aconteceu com o Brasileirão, o Campeonato Argentino também foi beneficiado com uma farta distribuição de vagas para as competições da Confederação Sul-Americana de futebol. Os cinco primeiros colocados na competição conseguem um lugar na Libertadores da América. Os quatro melhores vão direto para a fase de grupos. O último desse grupo precisa disputar as eliminatórias para chegar lá. Quem termina entre o sexto e o décimo primeiro postos vai para a Copa Sul-Americana. Com tantas vagas à disposição, todos têm uma chance de disputar um torneio internacional, seja da elite de Buenos Aires ou ou de Sarandí.