• Gol de John Kennedy no tempo extra garante o título inédito do Tricolor
  • Cano abre o placar para o Flu, mas Boca Juniors empata com Advíncula
  • Time carioca segura a pressão do rival e ganha por 2 a 1 no Maracanã

O Fluminense é o dono da América do Sul em 2023. Com o gol histórico de John Kennedy na prorrogação, o Tricolor das Laranjeiras derrotou o Boca Juniors por 2 a 1, neste sábado, e conquistou o seu título inédito da Conmebol Libertadores. Em duelo dramático, o artilheiro Cano abriu o placar no primeiro tempo, mas o Boca Juniors chegou ao empate na etapa final, em chute colocado do lateral-direito Advíncula. Já no tempo extra, brilhou a estrela de John Kennedy. O jovem atacante tricolor entrou e correspondeu com um golaço, pegando de primeira após Keno ajeitar de cabeça. Na comemoração, ele foi para os braços da torcida, levou o segundo cartão amarelo e acabou expulso. Na base da raça, o Flu segurou o resultado e levantou a taça no Maracanã.

Com o título da Copa Libertadores, o Fluminense também se classificou para as edições de 2023 e 2025 do Mundial de Clubes. Além disso, o time comandado por Fernando Diniz disputará a Recopa Sul-Americana de 2024, contra a LDU, do Equador, campeã da Copa Sul-Americana.

A vitória do Flu fez o Brasil se tornar o primeiro país a ter cinco títulos seguidos da Libertadores. Antes dele, Flamengo (2019 e 2022) e Palmeiras (2020 e 2021) levantaram o troféu mais cobiçado do continente. Por outro lado, o Boca ficou pela terceira final seguida do torneio com o vice-campeonato (2012, 2018 e 2023).

Para aumentar a festa tricolor, Cano fechou a Libertadores como artilheiro. O argentino marcou 13 gols na competição, inclusive, o primeiro da decisão no Maracanã. Ele também superou o ídolo Fred, se tornando o principal goleador do clube carioca na história do torneio, com 16 gols.

Flu é melhor e sai na frente com gol de Cano

No primeiro tempo, o Fluminense dominou o jogo bem ao seu estilo. Ou seja, com muito mais posse de bola e intensa movimentação sem ela. Mesmo que não tenha criado tantas oportunidades, o Tricolor ficou a maior parte do tempo tentando furar a defesa do Boca Juniors e trocando passes.

Por outro lado, o time argentino se manteve compacto e tentou sair em contra-ataques. Porém, a estratégia não funcionou bem. Afinal, o Boca ficou vendo o Fluminense jogar. Com exceção de uma finalização de fora da área de Merentiel, sem perigo, o goleiro Fábio quase não trabalhou. Então, a superioridade do Tricolor na final foi recompensada aos 36 minutos.

Na frente, Germán Cano apareceu na área para finalizar de direita e abrir o placar no Maracanã. O argentino se posicionou na marca do pênalti, após enganar a marcação de Advíncula, recebeu o passe açucarado de Keno e bateu rasteiro, no canto direito do goleiro Romero: 1 a 0. Depois do gol sofrido, o Boca Juniors tentou sair da defesa, mas encontrou um Fluminense bem postado na decisão.

Boca empata e leva jogo para a prorrogação

Na volta do intervalo, o Fluminense tentou manter a sua postura de toque de bola e controle da partida. No entanto, o Boca Juniors passou a ser mais agressivo na marcação e passou a rondar a área do Tricolor, que se retraiu. Buscando o ataque, o time argentino fez valer a sua tradição e arrancou o empate aos 26 minutos.

Após ensaiar uma primeira tentativa, o peruano Advíncula repetiu a jogada pelo lado direito. Então, ele fez o corte para o meio, Marcelo e Keno deram espaço, e o lateral do Boca finalizou de chapa no canto direito de Fábio: 1 a 1, sem chances para o goleiro.

Depois do gol, a equipe argentina quase virou em chute de Merentiel. No entanto, a melhor chance caiu nos pés de Diogo Barbosa, já no último lance do segundo tempo. O lateral-esquerdo chegou na cara do gol após passe de Lima, mas forçou demais para tirar de Romero e perdeu uma oportunidade de ouro de desempatar. O jogo terminou mesmo empatado e foi para a prorrogação.

John Kennedy faz golaço, mas é expulso

No tempo extra, aos 9 minutos, o segundo gol do Fluminense explodiu o Maracanã. De canhota, Lima jogou a bola na frente para Keno, o ponta ajeitou de cabeça e ela sobrou na medida na entrada da área. Vindo de trás, John Kennedy emendou belo chute, que entrou no canto esquerdo de Romero, na bochecha da rede: 2 a 1. O gol da glória eterna do Tricolor. Curiosamente, o atacante foi para a galera na comemoração, levou o segundo cartão amarelo e acabou sendo expulso de campo.

Aos 16, Fabra e Guga se enroscaram na esquerda da área, o lateral tricolor caiu e aparou a bola com o braço esquerdo. O árbitro Wilmar Roldán escutou o VAR, que checou um possível pênalti para o Boca. No meio da confusão, Nino levou um tapa no rosto de Fabra, que levou o cartão amarelo.

A penalidade não foi marcada, mas, após a rápida revisão no monitor do VAR, o árbitro expulsou o lateral de forma direta pela agressão ao zagueiro tricolor. Os dois times ficaram com um homem a menos para os 15 minutos finais da prorrogação.

Precisando do gol para levar a decisão para os pênaltis, o Boca partiu para o tudo ou nada. Contudo, abusou das bolas levantadas na área e facilitou a vida da zaga do Fluminense. Em contra-ataque rápido, aliás, o time carioca quase fez o terceiro gol.

Arias atravessou a bola da esquerda para a direita, deixou Guga na cara do gol, mas ele chutou fraco na trave direito de Romero. Nos minutos finais, o Tricolor se fechou totalmente na defesa, segurou a pressão do Boca e conquistou o título inédito da Libertadores. A hora do Fluminense, enfim, chegou. Aquele grito de ‘é campeão’ que estava entalado na garganta há 15 anos, enfim, ecoou no Maracanã. O Tricolor pintou a América do Sul de verde, branco e grená!

Com o Mundial de Clubes só em dezembro, na Arábia Saudita, o Fluminense volta a jogar pelo Campeonato Brasileiro na quarta que vem, no Beira-Rio, diante do Inter.